domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quando o manual torna-se automático


Acho digno ser dessas mulheres que carregam consigo o Manual de mulheres bem-resolvidas. Invejo cada sorriso transbordando segurança, cada passo confiante que dão por aí, como se estivessem em uma propaganda de absorvente, sabe? São essas mulheres que prendem a minha atenção. Afinal, por ser uma pessoa extremamente curiosa, passou ser uma questão de honra, ter uma teoria que explique esses seres tão raros e invejáveis.

Vai dizer que nunca reparou? Estou certa de que é mentira! Com a verocidade que os homens analisam, as mulheres comentam. Elas podem não ser as mais bonitas, podem não estar vestindo os melhores vestidos da festa, mas chamam mais atenção que todas as outras. E aí? Aí que acaba virando um caso que só a ciência pode explicar.

Admiro, com todas as células do meu corpo, as mulheres que aprenderam a viver sozinhas. Não porque o destino quis ou porque o último relacionamento foi um fracasso, mas porque, elas sim, sabem viver de verdade, da maneira certa. Insistimos, damos atenção para uma carência criada apenas em nossa imaginação. Me diz: Pra que? Só pra viver num eterno masoquismo amoroso, procurando conforto e segurança em qualquer abraço disponível.

Acho angustiante a maneira de como, o passar dos anos, nos deixa mais sensíveis, mais emotivas. Quem não gosta de colo? De mãos dadas em uma noite chuvosa? De um beijo de esquimó totalmente DESnecessário? Quem disser que não gosta é porque ainda não descobriu os mistérios da conquista e ainda não aprendeu que, no final das contas, somos todas um bando de bobas choronas que nunca desiste de encontrar um amor pra vida toda. E o mais importante: Deixamos sempre que isso fique estampado em nossos olhos carentes de cachorro sem dono.

E talvez, a nossa transparência deva ser o nosso ponto fraco. E é aí que as mulheres dos manuais ganham a vez. Elas chegam sozinhas, mas agem como se estivessem sendo seguidas com multidões calorosas que são encarregadas de massagear sua confiança e segurança. E por incrível que pareça, não é só fachada. Elas esbanjam uma mistura de sei-lá-o-que digna de aplausos. Será que, no final das contas, esse é o segredo? Exercitar a autoconfiança para nos transformarmos uma espécie de imã que só atrai tudo de positivo?
Torço muito para que na prática, a teoria caia como uma luva e venha com manual de instruções, ah! E que com isso, garanta nossa naturalidade e confiança, independente de tudo.

"Cause I'm not your princess, this ain't a fairytale. I'm gonna find someone some day, who might actually treat me well. This is a big world. That was a small town, there in my rearview mirror disappearing now. And it's too late for you and your white horse to catch me now."

- Beijos&Borboletas .

Aquela melancolia, sabe?


Assim que deitei na cama, me bateu uma vontade fora do normal de chorar e eu sequer tinha um motivo em mente. Não fazia idéia do que me angustiava então.. Chorei pela TPM que passou, pelo sorvete que acabou bem na hora que eu queria tomar, saudades de pessoas especias, e até pela fome do mundo. Todo o meu corpo doía. Eu tinha sono, mas não conseguia dormir. Quando parei de não pensar em nada, quando resolvi tumultuar minha mente vazia, fez até ECO. E senti uma solidão danada, sabe? Daquele tipo que você fica desorientada e ninguém entende nada. Afinal, estou sempre rodeada por pessoas incríveis, por que diabos isso me acontece? Já falei do quanto tenho medo de depressão? Isso mesmo, tenho medo, não por estar num curso de psicologia, vendo diariamente razões para a tal [ isso até me fortalece, me faz desviar de certos caminhos]. Mas, as pessoas depressivas sempre são lembradas por olheiras, remédios, pessimismo e eterno desconforto. Tenho vergonha de parecer triste demais, infeliz demais, por isso, vivo me fechando numa bolha, onde vivo de maneira amigável com os meus pensamentos. Tenho medo da vida, tenho medo de ser feliz demais e não saber lidar com tantos sorrisos. Medo do primeiro beijo e da dor, que não é a primeira, mas pode ser mais dolorosa do que a última vez. Medo da empolgação exagerada com a novidade, medo do fim da empolgação que eu vou achar que era amor e por isso, vou me doar mais o que o necessário. Não dou a mínima por não pertencer a ninguém, mas não vejo à hora de encontrar um cobertor de orelha fixo, desses que faz com que pareça que lugar nenhum do mundo é igual ao abraço daquela pessoa. O tipo de abraço que mantem a gente protegida como uma criança indefesa, sabe? Tenho saudade de cada beijo sincero, sem pressa pra nada, que só é trocado por mãos quentes que parecem estar no automático quando se tem um amor. Preciso falar o quanto ficamos radiantes e confiantes? Nossa pele fica mais bonita, nosso cabelo até parece colaborar mais. Tomamos banho sem pressa, cantamos no chuveiro, cuidamos mais da gente! E é nessas horas que me pergunto: Onde guardamos toda essa vontade de viver quando o amor acaba ou enquanto ele não chega? Insistimos em ser apenas metade, como se precisássemos constantemente de alguém ao nosso lado. Acredito que seja óbvio que é impossível ser feliz sozinho, mas não devemos fazer disso uma necessidade. Não devemos nos considerar incompletos, culpados ou muito menos, pressionados por não acharmos o amor de nossas vidas. O dia de amanhã só é o mais inesperado por que não chegou ainda. O mistério que ele exala, que faz com que a gente se mantenha sempre atento ao novo e siga em frente.

" Por que não importa pra mim quem ou o que você é ... mesmo assim te adoraria"

- Beijos&Borboletas .

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Promova o D E S A P E G O !


Estes dias me deparei com uma matéria na web que de acordo com o título dá 10 "dicas preciosas" para acabar com a dor de cotovelo. Porém o que mais me chamou a atenção nisto, foi como a autora definiu os relacionamentos amorosos, e suas consequências.

"O que mais me parece é que as pessoas têm medo de morrer sozinhas, daí criam uma historinha do que o “agora” é para sempre. É desse imediatismo que vem a dor de cotovelo e a dificuldade de seguir adiante. Toda vez que um relacionamento acaba a pessoa chora, se descabela, quer se matar e mais outras atitudes que, na visão dela, são justificadas pelo amor.
Amor é o escambau! A parte que se sentiu abandonada viaja na maionese ao achar que só aquela pessoa iria ficar com ela ou que ninguém mais serve. Esse conceito em um mundo de seis bilhões de habitantes soa como ridículo, não acha?"

Incrível, como este trecho mostra claramente como somos incapazes de aceitar a quebra de elos. Falo isso, por experiência própria, nunca fui muito adepta do desapego.
DESAPEGO! é essa palavra que busco agora.
Do que adianta se apegar a algo que não tá te fazendo bem, ou a alguém que não tá nem aí pra você? Isso é gostar de sofrer, e eu não gosto não. Não é fácil eu sei, como com determinação, como tudo na vida, a gente consegue.
O ser humano tem essa capacidade de gostar daquilo que é difícil, complicado, quase que intocável, mas eu não quero mais isso pra mim ...
Quero viver, ser livre, SER FELIZ! E encarar as coisas como elas realmente são, não com os olhos tapados, ou vendo somente aquilo que eu quero ver, desviando do que tá estampado na minha cara. Uma frase sábia é essa mesmo: O pior cego é aquele que não quer ver.
Sou uma pessoa que luta por aquilo que quer, que não desiste fácil quando bota uma coisa na cabeça [às vezes, é meu grande defeito], mas tudo tem limite, se não vira palhaçada. E anda como o tempo para colocar todas as coisas no lugar.
Não digo só de pessoas que não correspondem seus sentimentos, mas também de magoas do passado que te atormentam, de problemas que te perseguem, de amigos falsos, de sentimentos ruins, enfim .. tudo aquilo que você insiste, mas que não te faz bem.
O post de hoje vai ser pequeno, porque acho que nessas situações você ganha mais agindo do que apenas falando ... Fácil falar, difícil é fazer e conseguir!

"Vamos nos permitir ... que não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo o que há pra viver"

- Beijos&Borboletas .

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Numerologia


você me falava de números
matrizes, frações, determinantes
misturava somando o agora e o antes
e fazia subtrair a minha razão
sobrando apenas o coração para lidar
agia com impulso, acabava sempre sozinha
optando pelo avulso
eu gostava de letras, palavras, canções
escrevia poemas, vivia sonhando
atitudes de quem segue o caminho oposto
e cega, continua amando.

- Beijos&Borboletas .

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Momento Caio Abreu


- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também
- Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?

- Eu.
[Caio Fernado Abreu]

- Beijos&Borboletas .

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sentir Dói !


Eu até que estava bem. Tava sozinha, mas bem. Sabe, às vezes vinha uma dor chata do fundo do peito que parecia tão vazio, uma dor de solidão de quem não tem em quem ao menos pensar e idealizar como a solução para um mundo mais cor-de-rosa. E eu não tinha mesmo ninguém, ninguém pra fazer esse papel tão bobo e ao mesmo tempo importante que é ser a minha pessoa. A minha pessoa, aquela que, pelo menos na minha cabeça e no oco do peito, poderia fazer o mundo desaparecer num sorrisinho tímido acompanhado de um “adoro quando você amarra o seu cabelo desse jeito”, dessa maneira bem besta mesmo. Besta, mas que a falta é capaz de me deixar idiota ao ponto de sentir falta. Só que não ter em quem pensar, não ter a minha pessoa pra quem enviar as minhas melhores vibrações, não era tão ruim quanto saber pra quem mandar todos esses sentimentos em um pacotinho de presente com um lacinho vermelho. Saber pra quem mandar e não poder mandar. Até que, conheci um cara. Numa festa, coisa de quem quer fugir da sua vida por uma noite e dançar até não saber ao certo como foi parar ali e por quê mesmo estava tão angustiada.

E dançava, dançava. E você, aquele cara legal amigo de um amigo de uma amiga, que não sabia quem era nem o que gostava e nem por que estava ali também. Dois desconhecidos, dançando juntos, dois fugitivos, correndo juntos. Veja bem, não te escolhi pra ser a minha pessoa, e não estava nem aí pra saber da sua vida e de você. Só queria dançar e beber por uma noite. Então rola de repente uma conversa banal, conversa de relacionamentos, daquelas que revela sem querer uma certa solidão, dos dois lados. Um beijo. Assim, sem esperar, um beijo de um desconhecido numa noite de fuga, o que deixou as coisas mais divertidas e um “sim, vale a pena!” chacoalha a cabeça, mas é só. Eu não esperava mais nada de você, assim como não exigia. Mas então, no dia seguinte, ligação, encontro; nos dias seguintes, ligações, encontros.

Descobri uma pessoa aonde não procurava, descobri o que eu não queria descobrir de uma forma tão gostosa de sentir. Tudo, tudo, tinha um propósito agora. Vivenciar, observar, rir e ter pra quem contar no final do dia, fazia com que eu nem soubesse quem era a mulher com um buraco no peito de antes. Tão simples e ao mesmo tempo profundo, complexo. Como explicar a atração tão grande, não apenas pela beleza do corpo, mas pelo tom de voz e pelo olhar, pelos traços das mãos e o movimento singelo dos olhos. Sim, me fazia feliz, me fazia pular de alegria, explodir meu peito que não estava acostumado a ter tanto de uma vez só. Eu mal te conheci, e já causava um maremoto nesse porto tão pequeno, que abrigava sentimentos tão pequenos. Mas a alma é grande, o sonho é grande. Quando o sonho se realiza, de uma maneira que não pode acontecer, o que a gente faz? Quero dizer, esse nosso lance, foi inesperado, foi mágico, e assustador, terrivelmente assustador. Você sabia tanto mais da vida do que eu, já havia sentindo tanto mais, tinha tantas mais histórias e experiências pra acumular, que me fazia tão pequena e indecisa. E talvez eu nem seja tão mais pequena, mas é como eu me sentia. Um pequeno porto frágil, que de repente se viu abrigando um enorme navio. E isso dá medo, medo de ganhar e ao mesmo tempo de perder. Medo de ganhar um amor tão súbito e inesperado como o de uma noite de fuga numa balada. Medo de perder tantos momentos e cenas engraçadas que poderiam vir com um sentimento que começava a crescer. E, como uma criança assustada, não sabia como sair bem dessa. O que fazemos então, quando o que pedimos tanto vem de um jeito tão errado? Talvez nem haja um jeito certo pras coisas acontecerem, mas o medo de sentir o proibido trai o coração.

Larguei, corri. Na primeira oportunidade, acabei com tudo, com seu olhar que entrava no meu como se inundasse minha alma de tantas coisas boas, minhas vibrações positivas pra que desse certo, sua risada que me fazia tanto bem, seus jeitos todos tortos e que tanto me davam prazer. Acabei com o que mais me fez sentir viva em tanto tempo. E sinto tanta falta, de uma conversa interessante de alguém que pudesse ser a minha pessoa. Mas eu quero que você escute, escute e entenda, que meu porto era frágil e pequeno demais. Meu porto era pequeno pra tanto que ia ganhar, pra um navio tão grande a aportar. Eu sei, eu sei que abandonei o barco por medo de tentar, por medo de ver a água começar a subir e não ter como fugir mais. Eu sei que se eu não ceder uma parte de mim, não posso mais ter suas conversas e um ombro largo pra encostar. Preciso que você saiba, da mesma maneira, que eu quis muito. Eu quis muito ser a sua pessoa, quis muito que você fosse a minha. Sempre imagino como seria, se eu fizesse diferente, e encarasse a tempestade nesse barquinho construído com nossas mãos tão erradas e sem direção, desde o começo.

Eu sempre tive, e acho que sempre vou ter um buraco no peito. Mas antes, eu não tinha em quem depositar esse caminhão de esperanças que carrego a duras penas. E agora, dedico tudo a você, deixo tudo pra você secretamente. Você, o cara da festa, tão errado e fugitivo quanto eu. Te entrego como um presente, só que é um presente guardado, esperando a ocasião da surpresa. Não vai acontecer, provavelmente. Mas você precisa saber, que existe alguém guardando sentimentos muito bons pra você, existe eu com uma saudade muito boba pensando em você. Não adianta mais querer remendar o que sempre foi torto. E, apesar de ser tão assustador, o meu portinho continua no meu peito, sonhando em ser maior e melhor pra abrigar o seu gigantesco navio.

[Tati Bernadi]

- Beijos&Borboletas .

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Absolutamente solúvel


de que me serve essa sensibilidade
se meu ritmo, não acompanham
e minhas comoções assustam, acanham
sentir o mundo na pele e em solubilidade
dessas lágrimas que borbulham e caem
sentimentos inconstantes que se esvaem
ao se colocar no lugar do outro
daí sinônimo de sensível, se transfigura, torna
louco

- Beijos&Borboletas .

Viver é um absurdo, e não dá pra passar por isso tão ileso.


Sufoco. Acho que é essa a palavra, acho que é essa a definição da minha vida atualmente, sabe? Mas se você me perguntar o que extamanete sufoca, talvez eu não saiba responder. É que, quando tudo está estável, tranqüilo, bonito, sempre falta alguma coisa. Aquela sensação de vazio, você me entende?
É, eu sei que preciso parar com essa insatisfação, mas o que posso fazer se tô aqui parada, sem ar? Depois de correr quilômetros, percebo que não sei o que estou fazendo aqui, e estou me sentindo exausta, sufocada e sem nada pelo que valha a pena lutar. Sempre no quase. Sempre no quase, é aonde quase sempre me sinto. Por isso talvez a tontura, a falta de ar, a mão apertando a minha garganta, e eu sem saber pra quem pedir socorro, sem ter pra quem pedir socorro. Enquanto não achar quem vai me salvar, enquanto não aparecer o que vai me fazer finalmente respirar livre, eu vou continuar assim: sempre no QUASE.

- Beijos&Borboletas .